A NATUREZA PADECEU, A ECONOMIA AGRADECEU
Os danos causados à flora e à fauna do rio Doce estão rendendo bilhões de reais em reparações e indenizações. Foto Internet |
Em meio aos reflexos da crise gerencial e pandêmica, a economia dos municípios atingidos pela tragédia de Mariana se agarra às indenizações e reparações pela Fundação Renova.
Por Guilherme Augusto Zacharias
Com o rompimento da Barragem de Fundão, da empresa Samarco Mineração, no município de Mariana (MG), em novembro de 2015, impressionantes 80 milhões de toneladas de rejeitos foram lançadas no rio Doce, degradando uma extensa área nos estados de Minas Gerais e Espírito Santo, provocando a morte de 19 pessoas e deixando outras 3,2 milhões de alguma maneira afetadas pela tragédia, além das 9 milhões de toneladas de peixes que sucumbiram pela força da lama tóxica.
Tamanho estrago redundou em acordos extrajudiciais e ações judiciais envolvendo a Fundação Renova, instituição criada a partir de um Termo de Transação e Ajustamento de Conduta (TTAC) para a reparação dos danos causados, e pessoas físicas e jurídicas atingidas pela tragédia. Desde 2016, cerca de 360 mil pessoas, moradoras das regiões atingidas foram indenizadas ou auxiliadas financeiramente pela Fundação Renova, num montante de R$ 19,6 bilhões em ações de compensação e reparação financeira, R$ 8,71 bilhões somente em 2021.
Juntos, Colatina e Baixo Guandu receberam, até agora, R$ 864 milhões. Fotos Amarelo Nardotto e Secom/ES |
Segundo a Fundação Renova, entre os municípios capixabas, Linhares foi o que recebeu maior indenização, cerca de R$ 661 milhões, para 6.600 atingidos. Já Colatina e Baixo Guandu, somados, tiveram aproximadamente R$ 864 milhões, com 9.300 pessoas indenizadas. No total, as cidades do Espírito Santo atingidas pelo rompimento da barragem somam quase R$ 2,8 bilhões, com um total de 26.575 indenizados, um valor expressivo, que teve reflexos positivos na economia de vários municípios do estado, já tão combalida pelos mais de dois anos de restrições pela pandemia do Coronavírus.
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