FIM DA PRODUÇÃO DE VEÍCULOS DA FORD NÃO PREOCUPA CONCESSIONÁRIA CAPIXABA
Os modelos Ka, EcoSport e Troller T4 saíram de linha. |
Com a decisão da Ford de interromper a produção de veículos no País, por “continuidade do ambiente econômico desfavorável e “pressão adicional causada pela pandemia” da Covid-19, o mercado automotivo brasileiro experimentou um dos seus maiores reveses das últimas décadas. Depois de mais de 100 anos fabricando carros no Brasil, a montadora, agora, vai importar seus modelos principalmente do Uruguai e da Argentina.
O fechamento das suas três unidades fabris deixou sem emprego mais de cinco mil trabalhadores diretos, inflando ainda mais os índices recordes de desemprego no País. Além do prejuízo real para aqueles que ficaram desempregados, uma outra ameaça, ainda que menos assustadora, pairou sobre o rastro de prejuízos deixado pela debandada da Ford de terras brasileiras: a consequente desvalorização do preço de revenda dos modelos da marca, se comparado aos de outras montadoras.
A expectativa de que houvesse o desinteresse do consumidor na aquisição de veículos novos e usados da Ford chegou a se confirmar tão logo a montadora anunciou o fim da sua linha de produção. Há registros de muitas desistências de compra junto às revendas naquele momento. No entanto, essa nova realidade parece não ter influenciado no desempenho comercial de uma das maiores redes de concessionárias Ford do Espírito Santo, a Viafor, com lojas em Colatina, Linhares e Vitória. Ao contrário, segundo o diretor do grupo, Leonardo Demoner, o mercado capixaba reagiu bem à notícia de que a Ford não mais produziria veículos no País.
Leonardo Demoner aposta na continuidade do sucesso dos modelos Ford. |
“Logo depois do anúncio, no início de janeiro, houve uma corrida às nossas lojas, e nosso estoque de 120 carros foi praticamente todo comercializado naquele mês”, conta Demoner, que aproveita para tranquilizar não só aqueles que já são proprietários de carros da Ford, mas também ao consumidor que está pensando em adquirir um veículo da montadora, seja novo ou usado.
“Proprietários podem usar seus veículos da marca sem problema, a desvalorização vai acontecer de forma normal, assim como irão desvalorizar os das outras montadoras, que inclusive têm carros que também já saíram de produção, mas continuam competitivos no mercado automotivo”, diz Demoner, garantindo que a assistência e o fornecimento de peças “continuarão normais”.
Lançamentos
Otimista, Leonardo Demoner anuncia para breve a chegada de alguns modelos que indicam a opção da Ford em mirar o segmento mais sofisticado e exigente do mercado consumidor. Ao mesmo tempo em que deu fim à produção dos modelos Ka, EcoSport e Troller T4, a Ford preparou a chegada de outros modelos com níveis de sofisticação e preço para competir em pé de igualdade com seus concorrentes.
“Estão previstos cinco lançamentos ainda para o primeiro semestre de 2021; o Bronco Sport, um carro bastante tradicional da Ford, a Transit, que está voltando agora no segmento de vans, a pick-up Maverick, que vai competir com a Toro (Fiat), o Escape, o suv do Focus, e um novo modelo do Mustang Mach 1, relançado pela Ford neste ano. Além desses, continuarmos com a Ranger, a marca mais vendida no segmento de utilitários” conta Demoner.
Marcelo Volpato vai continuar prestigiando a marca. |
Outro que não se preocupa com o fim da produção de veículos Ford no País e com uma possível desvalorização de seus modelos é o promotor de Justiça Marcelo Volpato, de Colatina. Ele diz que sempre teve ao menos um carro da montadora ao longo dos anos, e não acredita que o fim da linha de montagem no Brasil irá afetar negativamente o valor de mercado de usados da Ford.
“A Ford tomou essa decisão por questões estratégicas de mercado, mas isso não vai influenciar em nada nos valores de revenda de seus carros ou na oferta de peças e serviços. Eu vou continuar prestigiando a marca, como sempre fiz”, disse o promotor, que no dia da apuração desta matéria estava na concessionária Viafor ‘namorando’ um novo modelo Ford.
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